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O começo

  • Um Idiota
  • 3 de mai. de 2020
  • 5 min de leitura

Atualizado: 26 de jan. de 2021

Eu era simplesmente um bosta solitário antes do dia 04 de março de 2020 chegar.

Uma vida feliz, porém um tanto quanto vazia quando se tratava de amor, relacionamentos saudáveis e com futuro, alias, que futuro?! Um futuro fraco e cheio de incertezas, onde o único planejamento era ter dinheiro, viajar pra conhecer a porra do mundo inteiro, ter um apartamento ou uma casa moderna recheada com coisas que eu sempre imaginei ter. Fim!


Num dia comum como qualquer outro na vida que eu vinha levando de álcool e festas a meses... Bombar lotado como de costume, carnaval, os amigos todos bêbados, muita mulher, muito homem, muita gente fantasiada e arrumada. Foi então quando de canto de olho enxerguei uma garota, no escuro, sentada e grudada no celular. A principio apresentava ser uma garota comum, como qualquer outra que já passou pela minha vida e a primeira impressão que tive é que seria mais uma que eu tentaria me envolver por uma ou duas noites. E eu mal sabia que aquela baixinha naquele momento já se tornava o amor da minha vida. Sim, eu sei, sou um idiota!


Eu sou horrível pra enxergar de longe e ainda mais no escuro daquele bar, minutos depois de ver ela pela primeira vez, o pouco que eu enxergava me despertou um interesse fora do comum ao ver aquele perfil e aquele cabelo impecável, comprido e liso. Sim, quem me conhece sabe que tenho essa queda fora do normal por mulheres com esse estereótipo, mas cara, aquilo não era comum, alguma coisa me fez passar a noite inteira encarando a pobre garota. Por algumas vezes consegui enxergar o rosto, as feições, os gestos e cheguei a ouvir algumas vezes uma risada ecoando no meio de tantas outras que eu imaginei ser a dela, e por aí foi madrugada a dentro, eu não conseguia sair do lugar pq estava preso na parede num dos cantos da mesa e era simplesmente um saco sair pedindo pra saírem da frente, então passei a noite ali, sentado, esperando, e obrigando a galera a me trazer cerveja kkk Entreguei minha noite aquela missão de descobrir mais sobre ela, questionei alguns amigos e até que encontrei ela no instagram e troquei algumas poucas mensagens que não foram tão positivas quanto imaginei, e acreditem se quiserem.. Nada além aconteceu naquela noite.


Fui pra casa sozinho, desanimado e frustrado, depois de dar 80 tipos de caronas rumei sentido minha casa e os pensamentos começaram: Era carnaval e eu simplesmente havia fugido dos meus padrões, travei durante a noite inteira depois dos acontecimentos citados no parágrafo acima. Na época eu estava em fase de mudança, a casa toda bagunçada, cheia de coisas fora do lugar assim como minha cabeça, e as horas seguintes foram árduas tentando decifrar que porra havia acontecido que me prendeu tanto naquela unica garota. Eu nunca havia lidado com essa situação, mas a dois meses atrás nunca que iria passar pela minha cabeça que o destino estava me sacaneando, afinal eu não acreditava nem um pouco no tal do amor.... Sentimento inventando por pessoas fracas que buscavam força em outras pessoas, sugavam suas almas e destruíam tudo depois de alguns anos, e aí vinha a depressão. Cheguei a essa conclusão depois de analisar por várias vezes isso acontecer com amigos e familiares, então pq acreditaria que o amor pudesse existir? Não, ele não existia e eu sabia disso. Adormeci jogado na cama, embolado nos travesseiros e com uma puta dor de cabeça de tanto fuçar nos meus arquivos mentais, buscando uma resposta para o que havia acabado de acontecer.


Alguns dias depois... A tão sonhada e maldita quarta-feira veio me arrebentar a cara.

Mais uma noite comum de quarta-feira, amigos, cerveja e barzinhos. E mais uma vez me obrigaram a ir no Bombar e a noite começou lá pelas 21:00hrs, não lembro muito bem, mas deve ter sido por aí. No decorrer da noite nada muito fora do comum, muita gente buscando alivio momentâneo de alguma dor familiar ou amorosa, ou simplesmente atolando o pé no álcool pra ser aceito em algum grupo social desejado. Algumas horas depois de bar lotado e de bastante dinheiro gasto, resolvemos sair de lá e se mandar pra outro lugar, passamos em mais uns dois lugares até chegar ao destino final, Bahrein. Ao entrar no bar um dos guris já saiu na frente e ajeitou uma mesa num canto, próximo ao bar e já chamou umas duas ou três garotas que estavam ali por perto pra beber junto com a gente, eu particularmente estava achando um saco, até que lá no outro canto, no escuro, escorada num balcão se é que me recordo bem.. Eu avistei ela! Sim, sim, sim, ela de novo. E dessa vez precisava ser diferente, eu precisava pensar em algo descente pra fazer uma abordagem digna de uma garota tão intrigante quanto aquela, nem que seja pelo celular (sim, bem podre kkk). E pra ser sincero eu não lembro exatamente o que foi que eu falei pra iniciar a conversa (provavelmente alguma merda), ela visualizou poucos segundos depois. Logo após ver o sinal de que ela havia visualizado eu rapidamente bloqueei o aparelho e guardei no bolso, eu estava apreensivo e um pouco nervoso, mas a ansiedade não me deixou esperar muito. Logo em seguida resgatei o celular no bolso esquerdo e lembro de não ter obtido a resposta que aguardava, e então o nervosismo tomou conta dos minutos seguintes.


Eu sentia e sabia que algo estava diferente. Apesar dos coices que ela dava e eu respondia a altura, eu sabia que ela estava mais aberta a negociação, então eu resolvi arriscar de um a vez por todas, ou era ou não era (no fundo da minha alma eu tremia e torcia pra que desse certo). As ultimas mensagens foram algo parecido com isso "vou no banheiro e depois passo aí, vamos conversar", guardei o celular no bolso novamente, fechei os olhos por alguns segundos e fui.


Um amigo na frente e eu logo em seguida rumo ao banheiro, eu precisava olhar meu rosto antes de encara-lá, aquele nervosismo nunca havia me ferrado tanto quanto se tratava de chegar em garotas. Mas porra, meu sub-consciente sabia que aquilo ali não era normal, alguma coisa estava acontecendo dentro de mim e eu nem imaginava a proporção que isso iria vir a tomar. E mais uma vez, meu cérebro estava certo em agir daquela forma, eu não podia errar, eu não podia perda-lá mais uma vez. Voltando aos acontecimentos, no meio da rota para o banheiro, meu amigo parou num grupo com algumas garotas, e eu segui reto, meu foco era um só... Mas o desgraçado me puxou pelo braço e insistiu que precisava me apresentar as meninas, eu fiquei ali por no máximo uns 2-3 minutos foi então que meus olhos tiveram o prazer de assistir ela se aproximar, o mundo parou, a musica ficou lenta, a boca umedeceu, e sem respirar assim que ela passou do meu lado... Eu grudei no braço dela e a segui, eu precisava tirar aquela história a limpo agora, paramos poucos metros do local onde eu estava e só ai então eu pude encara-lá de perto, analisar cada pixel do seu rosto, corpo, veias, eu sentia como se eu pudesse enxergar além da aparência física. Não sei como eu tinha tudo pronto, parece que alguém havia me preparado para aquele momento, as palavras saiam da minha boca como se o planejamento daquela conversa tivesse sido montado a anos. Minutos depois eu precisava beija-lá, algo nela me puxava pra perto, o nervosismo passou, o suor diminuiu, o tempo parou, a musica sumia nos meus ouvidos, e a boca fez as honras. O melhor beijo da minha vida aconteceu ali, na frente de um banheiro em um bar aleatório, numa noite aleatória... O amor da minha vida e eu, assim começou...


"O melhor da vida mora nos encontros. Quando almas se reconhecem é que a magia verdadeiramente acontece."

Continua...


 
 
 

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